Vai.
Diz aquilo que você quer dizer.
Deixa as palavras vazarem da sua alma como água que transborda de um bueiro entupido, trazendo com elas toda a imundície que ficou estagnada por tanto tempo.
Deixa o grito sair do silêncio e devassar o tímpano daquele que não quer ouvir; deixa sair tudo o que é feio, é frio, é fétido e te engasga.
Vai.
Diz pra ele que você não é qualquer uma.
Diz pra ela que você não é palhaço.
Diz pra todos quem é você.
E depois que disser tudo, escuta.
Vai.
Vê se tem coragem e escuta.
Porque aí - e só aí - vai ecoar o silêncio da sua verdade refletida neles todos: você, monstro ou santo, não importa; só você, essência e fundamento, mais uma vez, com a limpidez de outrora da chuva que caiu dos céus e se afogou no esgoto de tudo o que você, monstro ou santo, guardou tanto tempo aí dentro.
Vai.
Diz.
Diz, que eu quero ouvir.
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