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domingo, 2 de janeiro de 2011

Grandes Citações

2010 foi um grande ano.

Sobre os amores, basta dizer que houveram. Encontrei e da mesma forma pensei perder grandes amores, apenas para perceber que Lavoisier sabia demais, ao menos em parte: nada se perde; as coisas simplesmente tomam outra forma. Especialmente em se tratando de um sentimento tão puro e sublime, não há força capaz de fazê-lo perecer.


Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
If this be error and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.


Sobre o resto, eis o que resta a dizer: aprendi o valor da paciência; entendi que as coisas têm seu próprio tempo; tempo este que, aliás, passa mais rápido do que gostaríamos; que devemos aproveitar o mesmo tempo ao máximo e passá-lo sempre que possível com aqueles que nos amam, talvez mais do que com aqueles que amamos. Aprendi que devemos aprender a gostar daquilo que nos engrandece, que nos completa (por mais tentador que possa parecer amar aquilo que queremos amar, ainda que esse "aquilo" nos diminua. (Aliás, aprendi que não se deve mentir para si mesmo. Não, NÃO compensa. E não vai compensar amanhã, nem depois de amanhã; não vai compensar nunca. A situação não vai mudar. As coisas não vão se resolver sozinhas. Você não vai sair do lugar a menos que se levante e saia do lugar).). Finalmente compreendi que meu relógio não gira no mesmo ritmo que o da vida - talvez até girem em sentidos opostos! -, e que não há muito o que fazer quanto a isso. Pode ser que eu esteja quebrada; pode ser que o resto do mundo é que não funcione bem; pode ser que eu e o resto do mundo sejamos, simplesmente, muito diferentes.


De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.


De mais a mais, percebi que não há muito o que fazer quanto a isso, exceto o óbvio: é imperioso e necessário que se faça algo. Termino este desabafo com provavelmente a pior citação que virei a fazer na vida:


Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare.

Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.



2010 foi um grande ano: nem por isso foi um ano bom, e nem por isso foi um ano ruim. A grandeza não se limita, não se conforma e, definitivamente, não se apaga da memória com facilidade. O grande o é por méritos não julgados; somente o é. E esse foi, com certeza, um grandecíssimo ano, que (a mim, pelo menos) me pareceu o mais curto de toda a minha vida.

Talvez 2011 não seja um ano tão grande como o que passou. Ficaria até muito aliviada, se não fosse. Tenho apenas um desejo para o ano que começa:

que seja um bom ano, para todos nós.








Bem-vindo, 2011. E a todos, o meu mais sincero "muito obrigada".

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